sábado, 26 de junho de 2010

O Talento de Sebastião Teixeira...





Encontros e Momentos, destaca um amigo, irmão, parente bem próximo, ou seja, aquele que de tão presente, traz emoção na gente e, em todos que o conhecem. Uma voz de trovão, num bate papo cotidiano tudo é melodia, nas palavras de Gonzaguinha seria: “Quando eu abrir minha garganta, essa força tanta, tudo que você ouvir, esteja certa, que estarei vivendo...” ou, ainda nas reflexões de um estudo vocal: "Temos que ser afinados conosco mesmos, com o ser humano, a natureza, o cosmos" (v. "Música, Saúde e Magia", ed. Record/Nova Era, 1996).

Rememoremos hoje, Sebastião Teixeira, o “Tiãozinho” para muitos, Barítono, Cantor Lírico que nasceu em Caeté, vindo a residir em João Monlevade, ainda criança. Teve na juventude, uma passagem marcante no Coral Monlevade, regido pelo Maestro Luciano Lima, nos anos 70 e 80. Ainda na década de 80, decidiu apostar em seu potencial, destinando-se à capital Mineira, onde desistiu do cargo público da Polícia Civil para dedicar-se exclusivamente ao Canto Coral.

O barítono teve seu primeiro contato com a música através de seu pai, Miguel Teixeira, “O Miguelão”, mestre de diversas bandas do Interior de Minas, que brincava com a voz ao imitar diversos instrumentos com igual sonoridade.

A dedicação e a aceitabilidade ao Canto Coral,o fez chegar ao Canto Lírico, dentre os seus maestros de estudos destacamos: Marcos Thadeu e Geraldo Chagas em Belo Horizonte, em São Paulo estudou com Carmo Barbosa, Helly-Anne Caram e Luiz Tenaglia e se aperfeiçoa com Isabel Maresca.

Interpretou os papéis principais para barítono nas óperas Il Barbiere di Siviglia, La Boheme, Carmen, La Forza del Destino, Tiradentes, Don Pasquale, Madama Butterfly, Cavalleria Rusticana, I Pagliacci, Il Cappello di Paglia di Firenze, Pedro Malazarte, Dido and Eneas, Pelleas et Mélisande, Candide, Les Pêcheurs de Perles, L’Italiana in Algeri, Il Trovatore, Jenufa e Salvator Rosa e os oratórios Réquiem de Fauré e Carmina Burana, entre outras obras.

Grande intérprete de Carlos Gomes, cantou o oratório Colombo de Carlos Gomes, gravado pela TV Cultura de São Paulo e Tiradentes, de Manoel Macedo em forma de concerto em Belo Horizonte e no Theatro Municipal de São Paulo com sucesso de público e crítica. Em 1996, participou das principais homenagens ao compositor Carlos Gomes, cantando Colombo, Fosca e Maria Tudor, em concertos no Memorial da América Latina, Teatro Municipal de Santo André e no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Seu repertório abrange mais de trinta títulos, e constam também em seu currículo as grandes performances em ANJO NEGRO (música de João Guilherme Ripper com texto de Nelson Rodrigues), A TEMPESTADE, recente sucesso de público e crítica em São Paulo com música de Ronaldo Miranda bem como recitais nos principais teatros e salas de concerto do Brasil.

Sebastião Teixeira cantou ao lado de artistas como Elena Obraztsova, Leona Mitchell, Lando Bartolini e Arthur Thompson entre outros. Faz parte do elenco de solistas da Sociedade Brasileira de Ópera, e entre os maestros que o regeram estão Eugene Kohn, Isaac Karabtchevsky, Luiz Fernando Malheiro, Jamil Maluf, John Neschling, Mário Valério Zaccaro, Roberto Tibiriçá, Roberto Minczuk, Túlio Collaccioppo, Naomi Munakata, Ira Levin, Abel Rocha, Osvaldo Colarusso, Lutero Rodrigues, Aylton Escobar, Flávio Florence, Alessandro Sangiorgi, Lionel Friend, Sérgio Magnani, Silvio Viegas, Guilherme Mannis.

Foi duas vezes premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) na categoria de melhor cantor erudito. Como o índio Tamoio, Iberê, da ópera Lo Schiavo de Carlos Gomes fez turnê por dez capitais do Brasil, papel que lhe rendeu Prêmio Carlos Gomes em 1999, como Destaque Vocal Masculino e Medalha de Honra ao Mérito da Fundação Clóvis Salgado. É um grande intérprete de Carlos Gomes.

Recentemente interpretou o papel-título na ópera "Chagas", de Sílvio Barbato, em estréia mundial na sala Palestrina do Palazzo Pamphilj, sede da embaixada brasileira em Roma.

Atualmente, as notícias de Sebastião Teixeira, nos são dadas pelos seus familiares que residem em João Monlevade, em apresentações de ópera em TV e nos noticiários da Música clássica pelo Brasil.

Encontros e momentos é isso. Rememorar e apresentar a quem desconhece, um pouco de nossa cultura. Feliz o povo que tem na cultura, presença, reconhecimento e acreditar.

Busquemos mais da nossa cultura local e, saberemos o quanto são infinitos nossos talentos.

Um forte abraço a todos!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Algo que não sairá mais da cidade...





Andando nesse fim de semana pela cidade, deparei-me com uma cena incrível, Vestibular de Inverno da UFOP, Campus João Monlevade e, percebi até que ponto uma ação política, pode tornar algo por uma eternidade.

Talvez naquela tarde de Sábado e Domingo, seus idealizadores, e pioneiros por fazerem algo a nossa cultura local poderiam estar descansando. Mas suas ações devem ser louváveis politicamente, mesmo que esquecido por alguns, aqui rememoro esses momentos. Enquanto outros não poderão jamais contar sua trajetória política.

Política é isso pensar na população sem pensar na retribuição do eleitor.
Simplesmente se deve fazer e, fazer com consciência.

Salvo as palavras do saudoso cantor Taiguara:
Vê como um fogo brando funde um ferro duro
Vê como o asfalto é teu jardim se você crê
Que há sol nascente avermelhando o céu escuro
Chamando os homens pro seu tempo de viver
E que as crianças cantem livres sobre os muros
E ensinem sonho ao que não pode amar sem dor
E que o passado abra os presentes pro futuro
Que não dormiu e preparou o amanhecer...

Deve-se acreditar na educação gratuita e de qualidade!
Educação é algo sério. São participantes fiéis de Encontros e Momentos...

Adalberto Vinícius