terça-feira, 20 de julho de 2010

Saudades dos “Encontros e Momentos” com Cláudia Guimarães

Encontros e momentos hoje, inicia-se com um texto, bem ao contexto da homenagem. Na leitura do memorável e aceitável ofício de dançarina ou simplesmente da dança de Mayra Santos:

Danço...
Não apenas por dançar;
Mas por sentir em cada partícula de meu corpo;
As notas de uma música que nunca para;
Uma música que surge dentro de mim
Cada vez que penso em dança;
Meu corpo ganha uma vida exuberante;
Um brilho que nenhum ser humano tem;
Minhas mãos falam várias línguas;
Que todos conseguem entender;
Meus pés ganham vida como se dançassem sós;
Meu corpo grita;
Todas as palavras do meu espírito;
Como se eu nunca tivesse falado;
Isso é dançar;
Isso é viver a dança;
E senti-la cada vez mais;
Isso é apenas dançar.

Sabe uma dessas pessoas que tem em sua característica, zelo, perfeição no que faz e comprometimento, assim era ela. Seu nome Cláudia dos Santos Guimarães, identificação: Cláudia da Shirokan Escola de Dança , talvez a cidade não terá outra igual a ela na dedicação, empenho e criatividade, uma marca residente em tudo que fez.

Foram mais de 15 anos à frente de uma Escola de dança, sua casa como assim se referia, e que por ironia do destino estava especializando, ainda mais, e dias antes me falava de seus projetos e novos ideais, quando naquela segunda-feira, dia de descanso, das atividades matutinas e vespertinas, em seu retorno da capital mineira, mais uma vida que se perdeu.

Não vamos aqui relembrar os fatos, vamos falar da pessoa que como ninguém, criatividade, inovação, prospecção e envolvimento, ocorriam espontaneamente.

Dentre fatos marcantes, era na dança que mais nos encantava. Talvez a população de João Monlevade, tenha ficado sem conhecer a infinitude que suas ações dedicadas a dança e a arte se propunham nessa pequena cidade. Muitos de nós achamos sempre que pessoas de talento e dedicação à arte, estão nos grandes centros metropolitanos, mas esquecemos que a arte brota em diversas fontes e, com certeza, as fontes eram infinitas e a velocidade de percepção artística era surpreendente.

Ainda ontem, assistindo a um vídeo ainda em VHS, com imagens feitas a mais de 13 anos, revelavam-se atuais, percebendo-se a qualidade, a exatidão de movimentos e, a disciplina no trato da dança somando-se a um figurino digno de grandes criadores e a magia tamanha do conjunto expressão e atitude.

Talvez muitas de suas alunas e alunos, hoje, saibam o real valor de ter um tutor que se comprometa e faça na perfeição de movimentos a dança fluir.

Nossos encontros, sempre eram de muita alegria e envolvimento artístico total. Falávamos de tudo e das coisas que nos impulsionavam a revelar-se na arte.

Rememoro, a seguinte frase que você utilizava - Quando se dança, as canções inseridas ou escolhidas, não devem atrair mais a atenção do público que a evidência da Dança. Quando se trata da dança sua predominância, deve-se utilizar, músicas fora do que toca todos os dias na mídia. Fica o aprendizado aos professores de dança e expressão corporal.

Nesse instante, como tantos momentos, encontrei as visões denominadas: Atitudes de uma bailarina, essa vivência na dança que agora sei que não eram somente suas, mas as viviam plenamente.

...você usa longos corredores para treinar grand jeté.
...você tem mais sapatilhas de ponta do que sapatos normais.
...alguns te confundem com um pedaço de borracha.
...em vez de dedos você tem bolhas nos pés.
...você sobe na meia ponta quando conversa com seus amigos.
...você se senta na abertura confortavelmente.
...a dança é a vida, o resto é apenas um passatempo.
...piruetas e fouetté são as palavras principais de seu vocabulário.
...você conhece mais palavras em francês do que em inglês.
...vocês só consegue contar ate oito.
...você ri quando alguém que não dança reclama que o pé esta doendo.
...assistir TV é a hora de se alongar.
...você promete nunca parar de dançar.
...você atravessa um corredor dançando, ao invés de andar.
...todos os seus amigos estão jantando enquanto você esta ensaiando.
...você faz pliés e tendus enquanto esta na fila.
...você faz grand jete nos estacionamentos e quando desce a rua.
...você tem os músculos mais fortes do que os meninos do seu colégio.
...você usa breu em vez de sabão.
...antes de qualquer coisa você conta 5 ,6, 7 e 8.
...você escova os dentes treinando sustentamento devant, la second e deriere.

Encontros e momentos, deseja que onde você estiver, a música, a dança, a compreensão e a espiritualidade sejam sua evolução, Deus está feliz com você por ai, por aqui na terra, você está bem acolhida dentro de seus eternos amigos.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Causo de músico – “As peripécias de Zely...”


O causo de músico de hoje, é ao mesmo tempo uma lembrança boa, dessas que quando acontece, se pudermos escrever, nos fazem na memória voltarmos e com grande alegria, sorrir dos momentos que nos valeram.

Encontros e momentos, resgata “causos de músicos” verídicos, porém aumentados devido a proporção, causos esses, que aconteceram em ensaios, viagens e principalmente nas apresentações musicais e shows.

Bem, relembremos hoje, dois “causos”, um dentre tantos acontecimentos, ocorreu na então apresentação da Orquestra Big Band. Vamos aos fatos, os músicos resolveram fazer uma ação social com a finalidade de arrecadar uma certa quantia para ajudar um músico que iria fazer uma cirurgia. Lá fomos nós, instrumentos, músicos e o que mais interessava: ele, o músico da noite, ou seja aquele que marcaria os acontecimentos.

Passamos o som (teste necessários para atestar a sonoridade dos equipamentos), na Orquestra chamamos de “cozinha” os músicos que tocam instrumentos de percussão, baixo, guitarra e teclado, ou seja, a base de acompanhamento. Pois bem, naquele dia, tudo parecia perfeitamente até que o nosso amigo Zely, que neste momento deve estar dando risadas no céu, ao ser solicitado a fazer um solo de guitarra, havia desligado o equipamento e assim tocou praticamente todo o restante do repertório de mais de 20 músicas sem que o “Maestro” percebesse.

De uma coisa é certa, ou o Maestro é muito “bão” ou Zely, foi perfeito dublando ele mesmo.

O segundo “Causo”, ocorreu quando resolveu-se fazer um baile comemorativo no Social Clube, era o segundo Baile que a orquestra iria fazer, pois o primeiro, contarei em breve.

Tudo estava como “manda o figurino”, músicos prontos, como sempre chega Djalma, por sinal percussionista e, dos melhores, começa o evento. Tudo no transcurso legal, de repente, após quase 30 músicas, chega a vez de Zely pegar ao microfone para cantar, as principais músicas do Baile, ou seja, as “Canções Internacionais”. Com seu “Inglês Impecável”, nem ele mesmo sabia o que significava, mas valia a pena para os músicos se divertirem o bastante. De repente, entrou a Orquestra tocando a canção “Killing Me Softly With His Song”, no seguimento Roberta Flack, deu-se o motivo do causo, uma médica, muito conhecida da cidade ficou uma música inteira sobre os degraus da escadaria, de olhos vidrados e balançava a cabeça contestando ou curtindo a canção. Uma coisa é certa, ou ela estava relembrando do passado, ou o inglês dele feriu seus ouvidos.

Essa é só perguntar para “Zé”Antônio Pereira ele vai confirmar!!!!!!

Ao nosso Zely, nosso eterno abraço! Como ele mesmo dizia “...Um dia quando eu parar com isso, vocês vão rir de mim e, sentirão minha falta”. Hoje é o dia , pois sempre faltará homenagens a você, músico especialíssimo, que cantava e tocava, com muita sabedoria e humildade que todos os músicos devem ter. A você que nos fez sorrir muito com seu inglês e, as traduções piores ainda feitas por Adalberto. Valeu amigo!

Encontros e momentos é isso, lembrar dos momentos sempre eternos e, que nos fazem ou fizeram sentir uma saudade boa.